Me sinto saturada de arte, artistas, formas, tipografias, imagens interessantes, construções interessantes, ateliês, exposições, colagem, fanzines, ilustração. Realizo em poucos segundos todas as obras que quero na imaginação e só o pensamento de sua materialização me dá coceira e desconforto.

Desacredito na minha vida de artista na cidade, e de um modo geral desacredito nos artistas. Até as palavras a que me refiro são poucas de significado. Não posso estar indiferente, temo enraivecida, mostrando que tudo me importa. Meus equivocos estão por toda parte. O que chamam de guerra numa caixa de fósforos.

Penso que o que faço, não o que os artistas fazem, nem o que a arte faz, mas o que faço, é desviar-me da concentração, da paz, do infinito belo, é um ato cego, completamente desorganizado e feio. Sentir isso, a principio me enfraquece.

Minha oficina está entulhada, nenhuma imagem lá dentro comunica coisa alguma, a não ser intuição de que não estou no caminho certo.
Ontem, li um bilhete na porta do meu vizinho, Seu Paulo, avisando no domingo sua missa de sétimo dia. Chorei pelo seu Paulo, pela sua oficina, e pelo mini saco de pinhão que ele catou no chão e me deu.

Vou perdendo minha suposta identidade e isso é talvez a coisa mais luminosa e bonita que eu ainda não percebo nem aproveito.

Se não fosse pelo dia e pela noite, nem sei.
Me sinto saturada de arte, artistas, formas, tipografias, imagens interessantes, construções interessantes, ateliês, exposições, colagem, fanzines, ilustração. Realizo em poucos segundos todas as obras que quero na imaginação e só o pensamento de sua materialização me dá coceira e desconforto.

Desacredito na minha vida de artista na cidade, e de um modo geral desacredito nos artistas. Até as palavras a que me refiro são poucas de significado. Não posso estar indiferente, temo enraivecida, mostrando que tudo me importa. Meus equivocos estão por toda parte. O que chamam de guerra numa caixa de fósforos.

Penso que o que faço, não o que os artistas fazem, nem o que a arte faz, mas o que faço, é desviar-me da concentração, da paz, do infinito belo, é um ato cego, completamente desorganizado e feio. Sentir isso, a principio me enfraquece.

Minha oficina está entulhada, nenhuma imagem lá dentro comunica coisa alguma, a não ser intuição de que não estou no caminho certo.
Ontem, li um bilhete na porta do meu vizinho, Seu Paulo, avisando no domingo sua missa de sétimo dia. Chorei pelo seu Paulo, pela sua oficina, e pelo mini saco de pinhão que ele catou no chão e me deu.

Vou perdendo minha suposta identidade e isso é talvez a coisa mais luminosa e bonita que eu ainda não percebo nem aproveito.

Se não fosse pelo dia e pela noite, nem sei.